Amesterdão viu nascer a 1 de Setembro de 1962 aquele que viria a ser mais um grande talento do futebol holandês e com uma ressalva diferenciadora dos demais compatriotas; nunca jogou no Ajax. Ruud Gullit iniciou a sua carreira futebolística quando ainda era um menino. Oito anos de idade e um futebol ainda não bem definido foram suficientes para perceber estar-se perante um valor com potencial enorme. O Meerboys foi a equipa que o acolheu e entendeu essa mensagem subliminar de que Gullit iria ser craque...e dos grandes.
Depois de passar oito anos de formação no Meerboys, Ruud deu o salto para o Harlem, clube com o qual assinou o primeiro contrato profissional. 91 jogos e 32 golos constituíram números muito interessantes para um jogador que estava a despontar a olhos vistos.
Em 1981, no dia do seu 19.º aniversário, Gullit estreou-se na selecção holandesa frente à Suiça. O início de uma caminhada de sucesso que levou a equipa das tulipas a uma grande e única conquista.
Mas o futebol do poderoso médio atacante era estonteante, a força e a técnica combinadas numa mistura explosiva faziam estragos por todas as defesas do futebol holandês. O estatuto do Haarlem já não tinha “estofo” para acompanhar o gabarito de Gullit. E foi assim que em 82 o Feyenoord acenou-lhe com um contrato aliciante. Ao serviço do clube de Roterdão, o internacional holandês contabilizou 85 jogos e 30 golos. Três anos depois muda-se para o rival PSV Eindhoven, onde efectuou algumas das suas melhores épocas desportivas, marcando 46 golos em 68 jogos.
Mas a Holanda começava a ser “pequena” para o talento de Gullit. Sendo assim, esse mesmo país que o viu nascer preparava-se para lhe dizer adeus. Em Itália acenavam-lhe de boas-vindas os adeptos do AC Milan. O gigante italiano pagou pelo "jogador das tranças" cerca de 9 milhões de euros, um recorde absoluto de transferências para a época.
Chegado ao estádio de San Siro, o médio atacante juntou-se aos compatriotas Marco Van Basten e Frank Rijkaard, com quem formou o trio de ouro do futebol mundial na época. Juntamente com Franco Baresi, Paolo Maldini e Carlo Ancelotti os holandeses alcançaram o sucesso no clube de San Siro e fizeram do Milan a equipa mais forte do futebol mundial.
No clube italiano, Gullit venceu três ligas nacionais, duas Taças dos Campeões Europeus (uma delas frente ao Benfica em 1990), durante os cinco anos em que representou a equipa. Gullit era também reconhecido pelo seu jogo de cabeça e capacidade de impulsão, além dos seus outros talentos como soberbo médio ofensivo.
Gullit amealhou troféus. Em 1987 venceu a bola de ouro para o melhor jogador europeu do ano e dedicou a distinção obtida a Nelson Mandela que ainda estava preso. No mesmo ano foi também considerado o melhor jogador do mundo, proeza que conseguiu alcançar novamente dois anos mais tarde.
Apesar de ser individualmente um dos mais talentosos jogadores da época, Gullit era um grande jogador de equipa. E foi assim que se tornou num dos heróis que levaram a Holan
da a vencer o Euro 88 na Alemanha, o único título internacional ganho pelo país das tulipas.
Em 1993/94 Gullit transferiu-se para a Sampdoria e devido à fantástica época que fez, o Milan assinou novamente contrato com ele. Ruud foi para San Siro e fez mais uma temporada pelos milaneses. Um ano depois voltou à
Samp onde venceu a taça de Itália.
Em Julho de 1995 foi contratado pelo Chelsea numa transferência sem custos para os ingleses. Devido às ordens do treinador Glen Hoddle, Gullit começou a jogar como libero...com sucesso limitado. O técnico percebeu o erro e depressa emendou. Ruud na sua posição de sempre ainda foi a tempo de marcar seis golos. Em 1996, com a saída de Hoddle para seleccionador inglês, Gullit assumiu a função de jogador/treinador.