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Anderson: «Quero ser campeão europeu pelo FC Porto»
Após a eleição de Anderson como o melhor jogador jovem a actuar em Portugal, por parte dos nossos leitores, o Planet Football 10 dá a conhecer o primeiro excerto de uma grande entrevista a ser publicada, na totalidade, até ao final desta semana (devido à sua extensão), concedida ao site de Jorge Mendes, o empresário do jogador. Anderson revela toda a sua história e a sua ambição. O brasileiro dá sempre a maior importância ao momento...por isso o FC Porto é o único clube em que pensa e é pelo clube português que pretende ser campeão europeu.

O rosto é de menino, o futebol que tem nos pés é o de um predestinado perto de atingir a maturidade, mesmo que ele próprio seja o primeiro a admitir que o auge de um jogador só é atingido depois dos 24 anos. A vida obrigou-o a crescer. E muito depressa. Por isso continua a brincar. Tem direito a fazê-lo. Seja em casa – com a namorada, com os irmãos ou com os dois boxers ainda bebés que passaram recentemente a fazer parte da família –, seja no relvado, porque o futebol foi e continua a ser para ele um grande divertimento.

Joga com uma simplicidade só ao alcance dos eleitos. Os mais próximos continuam a tratá-lo por Pelé, alcunha que ganhou na rua. Mas o seu nome verdadeiro é Anderson, o tal menino de ouro formado pelo Grémio de Porto Alegre (Brasil) e que é apontado como o sucessor de Ronaldinho Gaúcho. Quando tem a bola nos pés tem algumas expressões faciais únicas, prova de que se diverte como ninguém nos relvados. Quem o conhece, rapidamente se rende a este menino simples, humilde, brincalhão, mas simultaneamente de personalidade vincada e de fortes convicções. Tinha apenas cinco anos quando começou a jogar na rua. O futebol surgiu no momento certo, porque o orientou na vida, ao contrário do que aconteceu com a maior parte dos seus amigos de infância, que se perderam para a droga. Hoje, apenas 13 anos depois, Anderson tem feito as manchetes dos jornais. Olha para elas pelo canto do olho, com alguma vaidade, mas sem lhes dar grande importância. Porque ele é assim, despreocupado.

Nesta entrevista exclusiva, o fenómeno brasileiro fala de tudo: da sua infância e da necessidade de se ter transformado num homem de responsabilidades com apenas 15 anos, do Grémio, da selecção brasileira, do FC Porto (a quem já se rendeu e a quem jura fidelidade), dos seus hobbys, dos seus sonhos. Não fala do futuro, porque o seu futuro é o presente. Tudo isto por entre muita brincadeira, muitos trejeitos, muitos sorrisos e muitas gargalhadas. Porque Anderson é, ainda, um menino. Um menino enternecedor, mas com muito futebol nos pés. Tanto que acredita que um dia vai ser o melhor do Mundo.

Transferiu-se para a Europa e para o FC Porto com apenas 17 anos. Hesitou, com medo de que fosse ainda muito cedo para tamanha aventura, ou a decisão foi imediata?


ANDERSON – Medo? Nunca tive medo de nada, então quando o assunto é jogar futebol não tenho medo nenhum, e eu comecei a jogar bem cedo. No futebol não se pode ter medo. Você está ali para jogar, está ali para se divertir, até para brincar. Aliás, sempre levei isso como uma brincadeira. O que se passou foi que achei que tinha chegado o momento certo. E foi assim que aconteceu. Sem medo.

Conhecia o FC Porto?


R – Sabia que tinha ganho título, principalmente a Champions, também conhecia o Carlos Alberto, mas não tinha um conhecimento profundo do FC Porto. É que eu sempre procurei viver o presente. Esqueço o mundo e procuro só jogar a bola, ver a namorada, ver os amigos. O FC Porto chegou à minha vida em Janeiro. Antes não pensava no FC Porto nem em mais nenhum clube, somente no Grémio. Em Janeiro, sim, passei a dar toda a minha atenção ao FC Porto, porque nessa altura o FC Porto passou a ser o meu presente.

Esteve no Mundial de Sub-17, foi considerado o melhor jogador do Mundo, foi o responsável pela subida do Grémio à Série A. Saiu do Brasil com o estatuto de estrela, até de herói. Mas quando chegou ao Porto era, apenas, mais um entre muitos outros jogadores. Foi um choque? Ficou confuso? Como se processou a sua adaptação a esta nova realidade?


R – As pessoas no Brasil chamavam-me herói, mas eu sempre me considerei um simples jogador e hoje continuo a pensar o mesmo. Para mim, todos os jogadores são iguais: têm pernas, têm braços, a diferença é que uns têm mais qualidade que outros, uns têm mais força outros menos. Mas toda a gente sabe que no futebol só se ganha em grupo: um jogador sozinho não consegue ganhar nada. Pega um goleiro, mete-o a jogar e vê se ele ganha a onze. Não vai conseguir ganhar. Quando cheguei, todos os jogadores tentaram ajudar-me, sabiam que eu não era conhecido, que não estava a jogar, que tinha 17 anos – embora na minha cabeça isso não fizesse sentido, porque já era profissional há ano e meio. Aos poucos fui-me adaptando com a ajuda de todos. Sinceramente, pensava que ia sentir mais dificuldade do que aquela que realmente senti. Era um novo país, novos hábitos, um novo conceito de futebol. Mas correu bem. Admito que nos primeiros cinco meses andava um pouco chateado, porque não jogava. Mas só por isso, porque o que eu queria era jogar.

E o facto de depender de terceiros para se movimentar? No Brasil tinha motorista, em Portugal não tinha carta de condução…

R – No Brasil tinha um motorista, aqui tinha algumas pessoas que me davam carona. Para os treinos tinha o meu amigo Pepe e quando não dava ia de táxi. O Pepe foi uma grande ajuda, como todos os outros jogadores, a quem agradeço o muito apoio que me deram.

“SOU UM VENCEDOR”


Disse que andava “um pouco chateado” por não jogar. No entanto, em cinco meses ganhou um campeonato e uma Taça de Portugal. Não é nada mau em tão pouco tempo e tendo apenas 17 anos…


R – Não foi nada mau mesmo. Ganhei cinco campeonatos num ano... [com um grande sorriso] Sou um vencedor no futebol.

Voltou ao Brasil para gozar férias e quando regressou ao Porto tudo foi diferente. Sabia que lhe iam ser dadas mais oportunidades e que ia ser, mesmo, uma forte aposta de Co Adriaanse?


R – Regressei do Brasil com muita alegria, é verdade. Antes da época terminar, o treinador tinha-me elogiado. Disse-me que eu fiz um óptimo trabalho, que eu nunca tinha reclamado de nada, que eu era um grande profissional, que sempre que me pedia para fazer alguma coisa eu fazia bem feito, que eu estava de parabéns, que na próxima época ia dar-me mais oportunidades e que eu ia jogar mais. Fiz, então, a minha primeira pré-época. Foi um pouco desgastante, mas foi um trabalho muito, muito bom. Começar a trabalhar logo no princípio da época é bem mais fácil. Quando cheguei já a temporada ia a meio.

Entretanto Adriaanse saiu, mas a aposta manteve-se com Jesualdo Ferreira…


R – Pois é. É o futebol. O que eu quero é jogar futebol. Por mim jogava sempre a titular [risos].

Como está a processar-se a adaptação ao novo treinador?


R – Bem. Cada treinador tem as suas diferenças. Aconteceria o mesmo se fosse eu o treinador. Cada um trabalho do seu jeito. A adaptação está a correr bem e com o decorrer do tempo vai ser ainda melhor.

“FC PORTO FOI A ESCOLHA CERTA”

Disse que um dos seus grandes sonhos era jogar na Champions League. Já jogou. E agora?

R – É verdade que já joguei, mas o meu grande primeiro sonho foi chegar à selecção brasileira. Graças a Deus foi concretizado mais rápido do que esperava, tinha 15 anos. Foi uma felicidade enorme. Depois, era jogar a Champions, que é a prova mais importante de clubes. Foi uma alegria e mais um sonho concretizado.

Que sonhos tem ainda por realizar?

R – Conquistar mais títulos com a camisola do FC Porto. Ser um grande jogador no FC Porto, ser reconhecido. Usar a camiseta da selecção e jogar uma Copa do Mundo.

O FC Porto já foi duas vezes campeão europeu. Acha possível vir a repetir-se?


R – Claro que acho! Eu quero ser campeão europeu pelo FC Porto. Eu e todos os meus companheiros de equipa estamos a trabalhar para ganhar tudo, campeonato, Taça, Champions, tudo.

O FC Porto foi a escolha certa?


R – Claro que foi, é o clube certo para continuar o meu crescimento enquanto jogador e também enquanto ser humano. Já aprendi muita coisa e vou continuar a aprender. Depois, é um dos maiores clubes do Mundo, quer a nível de títulos que já conquistou quem a nível de organização. Que jogador não gostaria de estar no FC Porto?

“A ESTRELA DA EQUIPA É O FC PORTO”

Já percebeu que é um dos meninos queridos dos adeptos do FC Porto, ou seja, já os conquistou independentemente daquilo que faça?

R – Gostaria muito que a torcida estivesse do lado da equipa do FC Porto. Não do meu lado ou do lado de outros companheiros, mas de toda a equipa. Somos 26 ou 27, trabalhamos todos com o mesmo objectivo, que é o de fazer do FC Porto uma equipa cada vez mais forte. Prefiro mil vezes que os adeptos aplaudam a equipa do que a mim. A estrela é uma só: chama-se FC Porto. Claro que é bom sentir o carinho dos adeptos, a quem agradeço muito pelo apoio, mas a equipa está, e estará, sempre em primeiro lugar. O torcedor merece espectáculo, merece uma jogada bonita, agradeço muito o carinho, mas acho que é mais importante uma vitória do que um drible.

fonte: gestifute.com
fotos: gestifute.com
publicado por Bruno Leite
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