Portugal dependeu demasiado do individualismo das suas figuras e acabou por perder com a Dinamarca, por 4-2A época abriu hoje para a Selecção Nacional. Ainda não foi a estreia oficial, essa fica para quarta-feira, mas pela amostra, já deu para perceber que Portugal vai ter de transpirar muito para conseguir assegurar o apuramento para o Europeu. Não que as outras selecções sejam superiores. No entanto, a equipa das quinas teima em complicar aquilo que aparentemente é fácil.
Luiz Felipe Scolari, que já bateu todos os recordes em Portugal, debate-se agora com o verdadeiro teste da sua vida. É que esta fase de qualificação é um campeonato duro em que o prestígio de um semi-finalista do Mundial está em jogo. Até aqui havia Figo para pegar nas tropas e arrancar vitórias. Agora, há a magia de Ronaldo, a segurança de Ricardo Carvalho e... pouco mais. É curto. A renovação da Selecção está a ser feita lentamente – Nani até já marca – mas os fundamentos do jogo, esses, não se adaptam aos jogadores. O esquema táctico é o mesmo de sempre, mas não resulta quando do outro lado está uma equipa que joga o jogo pelo jogo, como foi a Dinamarca. É que para ganhar, há que correr mais que o adversário, e isso, os portugueses não estão habituados a fazer.
Ronaldo pecou pelo individualismo e nem de grande penalidade conseguiu facturar . E quando assim é... Quanto a Nuno Gomes... bem todos sabem que o avançado do Benfica nunca rendeu quando fica sozinho na frente. Depois há um meio campo que pouco ou nada constrói. (Lá está a dependência de Deco) Costinha anda em círculos no meio-campo, Tiago tem de compensar o colega e Moutinho... falta-lhe a experiência dos grandes jogos internacionais.
Na defesa, o imperador Carvalho continua a ser o melhor central português (um dos melhores do Mundo), mas quanto ao resto... Ricardo Costa não tem lugar nesta selecção (culpado nos dois primeiros golos), Paulo Ferreira não tem a frescura de outros tempos e Caneira não é lateral para Portugal.
Na baliza, o endeusado Ricardo esteve ao seu verdadeiro nível. Um guarda-redes banal que tem a sorte de aparecer nos grandes momentos. E como ontem não era um deles...
Importam-se de nos dar uma alegria?!
Esperemos que, quarta-feira, os jogadores portugueses percebam que as derrotas são decisivas, os empates difíceis de digerir e as vitórias, as únicas que alimentam o sonho de voltar a estar no Europeu. Dêem uma alegria a este nobre povo, que para tristezas já chega o estado do futebol português.
Que o jogo de hoje não tenha passado de um pesadelo causado pelos icebergues dinamarqueses e que na gélida Finlândia mostrem quem são os verdadeiros Heróis do Mar.
Queremos mais!
Merecemos mais!
Força Portugal!
MVP PLANETFOOTBALL10 - Ricardo Carvalho
Ficha de Jogo
Brondby Stadium, em Copenhaga
Árbitro: Allan Kelly (Irlanda)
DINAMARCA: Thomas Sorensen; Lars Jacobsen (Helveg, 67), Agger, Gravgaar e Niclas Jensen; Rasmus Wuertz (Poulsen, ao intervalo) e Gravesen (Daniel Jensen, 62); Rommedhal, Jorgensen (Claus Jensen, 79) e Kalhenberg (Christiansen, 86); Tomasson (Brendtner, 72)
PORTUGAL: Ricardo; Paulo Ferreira, Ricardo Costa, Ricardo Carvalho (Ricardo Rocha, 70) e Caneira; Tiago (Carlos Martins, ao interavlo), Costinha e João Moutinho (Petit, ao intervalo); Cristiano Ronaldo (Boa Morte, 65), Nuno Gomes e Nani (Hugo Almeida, 65).
Disciplina: Cartão amarelo a Poulsen (61m), Boa Morte (89)
Marcadores: Tomasson (12m), Ricardo Carvalho (15m), Kalhenberg (19m), Nani (64m), Jorgensen (76) e Brendtner (90m)
photo by: record.pt
publicado por Anónimo