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Porque se assinam contratos?
O futebol português é pródigo em talentos, mas é também pródigo em novelas que têm como principais protagonistas de verão algumas das estrelas mais cobiçadas do futebol nacional. Como não há ano em que isso não aconteça, desta vez, a moda foi seguida por Quaresma, Moutinho e Luisão. Vou excluir Katsouranis desta contabilização, visto as razões invocadas pelo grego serem de natureza familiar e não propriamente de insatisfação em representar o Benfica.

«Quero sair», «Está na altura de dar um passo em frente» ou «o clube já sabe qual é a minha vontade», são apenas alguns dos habituais recados das vedetas que se esquecem rapidamente o quanto o seu clube os projectou e os ajudou a chegar ao estrelato.

Esquecem-se também, e rapidamente, de todos os sacrifícios que fizeram para que pudessem chegar ao topo e ser reconhecidos a nível mundial e dos colegas que, muitas vezes, com tanto ou mais talento que eles, se perderam e nunca passaram de clubes que somente lhes podem oferecer uma carreira de tostões.

Quaresma, Moutinho e Luisão, embora este último se tenha manifestado de uma forma menos agressiva, deveriam pensar na sorte que têm em jogar no Porto, Sporting e Benfica e no facto de serem os cidadãos mais bem pagos do país, a par de algumas outras personalidades.

Se foi com humildade, sacrifício e trabalho, muito trabalho, que eles chegaram ao topo, deveriam enveredar pelos mesmos valores para que mais tarde, e merecidamente, pudessem dar o salto para clubes de dimensão económica indubitavelmente superior, sem pisar os seus clubes, aqueles que lhes deram dimensão internacional.

Além de todas estas questões morais e de valores, levanta-se a questão, porventura, mais importante de todas que é o facto de todos eles terem vínculos assinados com os seus clubes e cláusulas de rescisão que nenhum clube pagou até ao momento- sendo que a de João Moutinho só pode ser exercida até dia 15 de Junho de cada época. Por isso, convém levantar a questão dos contratos e da cada vez maior pressão por parte dos empresários, para que os jogadores não cumpram esses vínculos, de forma a que possam lucrar milhões através das valiosas comissões que recebem.

Relativamente a João Moutinho, não será também de colocar de parte, que o problema tenha nascido aí. O representante do jogador sempre foi o seu pai, mas depois do europeu de 2008 o médio decidiu entregar a sua representação ao reputado Pini Zahavi- cujo sobrinho Alexander joga nos juvenis do Sporting- que goza de relações privilegiadas no futebol inglês. Daí terá nascido a possibilidade de ir para o Everton, tentando o empresário e o clube inglês jogar com a vontade do jogador em sair para baixar drasticamente o valor do passe. O Sporting tem resistido, e a meu ver muito bem, -eu não deixaria sair Moutinho- sobretudo pelo comportamento ridículo que está a ter para com o clube.

Por agora, FC Porto e Benfica também têm conseguido aguentar esta pressão, mas veremos até quando isto se verificará. O caso que mais tem mexido com os media a este nível é o de Ronaldo e a possível ida para o Real Madrid, uma novela que já ninguém tem pachorra para aturar, além de se perceber claramente que seria muito bom ele continuar em Manchester por mais uns anos e depois dar o salto para aquele que considero o maior clube do mundo.

Posto isto pergunto eu: Porque se assinam contratos no futebol?

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publicado por Bruno Leite
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